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No Chez le portugaisA Arte em portuguêsReportagem de Inês Faro
![]() Nelson Figueiredo Um pescador da Nazaré, imagens de santos portugueses, árvores genealógicas, festas populares ou mesmo uma Hello Kitty, a azul e branco ou a cores, entre outros trabalhos, são os resultados do esforço e criatividade dos quase 50 alunos da oitava edição do curso de Pintura de Azulejo promovido pela Missão de Santa Cruz, agora em exibição no restaurante Chez le Portugais. Durante um mês e meio, o escultor e pintor Nelson Figueiredo esteve em Montreal a orientar artistas e aspirantes nesta arte tipicamente portuguesa. A vernissage foi o retrato do sucesso desta iniciativa, com uma sala cheia de alunos e curiosos, onde até se registou a presença de candidatos às eleições federais. Bertina Bolhões, 64 anos, pintou os netos, a filha e o pai. Pinceladas de afecto, a azul e branco, de uma aluna que encontrou na pintura do azulejo uma forma de materializar as suas emoções. E foi também uma emoção que a aproximou desta arte. «A arte de pintar azulejo é uma arte tipicamente portuguesa e como estou fora de Portugal...», Bertina encontrou também um bom motivo para colorir as saudades da sua terra natal, Nazaré.
![]() Roberto Melfi «Sempre me interessei pelas artes desde as rendas, aos bordados e à pintura, desde os 5 anos que sempre gostei de tudo o que fosse arte», conta Bertina. Frequentar este curso é para Bertina Bolhões, um empurrão para explorar a sua criatividade. «Quando o Nelson vem sou capaz de ficar 3 ou 4 meses a pintar, mas quando se vai embora perdemos um bocado a embalagem», diz. Agora tem planos para fazer deste passatempo um investimento a tempo inteiro. «Para o ano vou para a reforma e estou a pensar seriamente em dedicar-me à pintura do azulejo», revela. Sensibilidade e técnica tem de sobra como comprovam os retratos agora em exposição. A família de cinco filhos e 15 netos serviram de inspiração a Ana Gubert Gomes, 69 anos. Na sua árvore genealógica, nomes portugueses e franceses convivem, fruto dos 30 invernos que vive em Montreal. Não fazia ideia de como se pintava um azulejo, mas o balanço do curso não podia ter sido mais positivo. «As aulas foram super relax, super divertidas. Descobri pessoas que nunca tinham feito nada e perceberam que são artistas, o que não foi o meu caso. Como vê, não tenho jeitinho nenhum», ri-se a estreante. Também foi a primeira vez para o italiano Roberto Melfi. Foi uma colega no trabalho que lhe fal ![]() ou do curso. «Fiquei curioso, conhecia pouco a cultura portuguesa. Tinha medo de começar porque não tinha nenhuma experiência», conta. Começou pela escultura, sentindo-se depois seduzido a experimentar a pintura do azulejo. À tradição portuguesa aliou um souvenir italiano e o resultado foram três arlequins à Commedia dell'Arte. Os elogios à iniciativa e ao «mestre» são unânimes, como prova a afluência a este curso. Para Nelson Figueiredo vir a Montreal é sempre um prazer e uma surpresa. «O curso está aberto a todos, desde crentes a agnósticos, judeus, muçulmanos, todos podem participar», diz o professor convidado. «É uma experiência interessantíssima conviver com tanta gente diferente ao longo destes oito anos», conta. «Acho que se deve dar o mérito ao Padre Zé Maria por possibilitar esta iniciativa», diz o artista. Para o ano há mais, mas entretanto aproveite para passar no restaurante Chez le Portugais e com o paladar aguçado pela cozinha portuguesa, visite a exposição dos trabalhos dos alunos desta edição. Conheça melhor o trabalho do professor Nelson Figueiredo em: http://www.nelsonfigueiredo.com |
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Acordo Ortográfico
Apesar das resistências encontradas na imprensa portuguesa em geral, o LusoPresse decidiu adoptar o novo acordo ortográfico da língua portuguesa pelas razões que já tivemos a oportunidade de referir noutro local. Todavia, estamos em fase de transição e durante algum tempo, utilizaremos as duas formas ortográficas, a antiga e a nova. Contamos com a compreensão dos nossos leitores. Carlos de Jesus Diretor |
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