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Associação Portuguesa do CanadáMais participação ou mortePor Norberto AguiarHá semanas, circulou na Comunidade Portuguesa um folheto sobre a Associação Portuguesa do Canadá. Muito mal escrito, ele era tendencioso, provocador mesmo, com afirmações descabidas, ao ponto de ferir a honorabilidade de algumas pessoas, acabando por também atingir o Carlos Ferreira, como se ele, ligado à Associação desde os tempos do Luso Stars quando já naquela altura dava, do seu bolso, dinheiro para equipamentos e outras mordomias da equipa, quisesse se «apoderar» das instalações da mais antiga coletividade portuguesa do Canadá. ![]() Entretanto, com a «escrevinhadura» analisada, Carlos Ferreira aconselhou-se com algumas pessoas sobre se havia de contra-atacar. Uns que sim e outros que não, o consagrado empresário acabou por decidir pôr os pontos nos ii na parte que lhe toca, isto é, sobre a sua recente ligação à Associação. E, para isso, marcou encontro com o jornalista no seu habitat natural, que é, como todos sabem, o restaurante Ferreira Café, o primeiro do seu pequeno império. Dirigentes em pânico «Pessoas que eu prezo, falaram-me nas péssimas condições por que passava a Associação Portuguesa do Canadá, tanto no aspeto financeiro como no das instalações. E como nunca digo que não a um amigo, prometi analisar a situação, avançando porém que não me via mecenas da Associação», começou por nos dizer um Carlos Ferreira vigoroso, mas ao mesmo tempo sereno. É preciso dizer, desde já, que a conversa com o Carlos foi mais de ouvir do que perguntar, tantos eram os esclarecimentos e dados que tinha - teve - para explanar. «A minha ligação efetiva à Associação começa com uma visita às suas instalações que, posso afirmar, ainda as vi piores do que aquilo que me contavam. Apesar disso, considerei que se não me implicasse, a Associação passava por sérios riscos de fechar, pois as queixas dos vizinhos já eram muitas; com a Câmara a insistir num processo de renovação. Mas que fazer quando a Associação vive de alguns (poucos) carolas, sem praticamente atividades que possam gerar receitas e que não tem dinheiro para as transformações necessárias? A resposta só pôde ser duas: fechar a porta ou avançar para as renovações. Com a concordância dos seus dirigentes, então avançou-se na direção da criação de uma renovada agremiação». E como se arranja o dinheiro? «É de enaltecer a entidade bancária que quis ajudar. A hipoteca é de 1600 dólares, o que não é segredo, e que eu pago por utilizar a cozinha da parte de manhã, de segunda a sexta-feira. Para isso renovámos o que tinha de ser renovado, tanto no exterior - janelas, por exemplo -, cozinha, bar, sala de baixo e eletricidade. Toda essa renovação, só para se ficar com uma ideia do que para ali andava, retiraram-se quatro contentores de lixos e entulho! Sinceramente, aquilo estava em estado lamentável! Com equipamento da pré-história. Sorte foi não ter passado algum inspetor... Depois, tivemos que comprar fogões, frigoríficos, mesas, etc. Gastos que ascenderam a 75 mil dólares. Mais 22 mil foram investidos no tratamento do gás e em novos suportes elétricos, pois os antigos não tinham a potência necessária para suportar os novos equipamentos. E eu que pensava fazer uma doação de 25 mil dólares à Associação...», desabafa o homem cujo sentido comunitário não deixa dúvidas a ninguém, a não ser ao(s) autor(es) do famigerado folheto. «Não fui inteligente!» «Quando acedi à proposta de ajudar a APC, eu já tinha um pré-acordo com uma companhia para utilizar um espaço, perfeitamente aceitável, ao preço de 600 dólares por mês. Daí que o meu «negócio» com os dirigentes da Associação demonstre que não fui inteligente. Para além disso, ainda aparecem pessoas deste jaez, mesquinhas e desonestas, ávidas pela controvérsia e maldizer. O que seria interessante saber é o que essas pessoas têm na manga para ajudar a Associação, que precisa não só de renovar a sua sede, mas também, eu diria mesmo, acima de tudo, uma renovação de mentalidades, que é, em minha opinião, o grande passo a dar por todos os sócios e dirigentes da APC, isto caso ela queira sobreviver». Mais participação ou morte «Já que estamos a falar dos problemas da APC, vou mais longe. Como é que a Associação Portuguesa do Canadá, com mais de 50 anos de vida, pode ter as portas abertas apenas fiando-se nuns (poucos!) jantares à sexta-feira, com ementas dignas, mas a preço de truta e meia? Há quem fale nos bailes de fim de semana. Mas quantos? Aposto que tudo junto, jantares da sexta-feira e a meia dúzia de bailes por ano, não darão mais do que 10 mil dólares de receita. É com este montante que a APC quer viver? Se continuar assim, o fim de vida da APC não estará muito longe...». Juventude e atividades «Estou disposto a sensibilizar amigos para se juntarem a mim na reorganização da APC. E tenho ganas de recrutar jovens para a Associação, pois que o futuro dela a eles pertence. E se conjugarmos mais sócios para a APC, com a abertura das suas instalações à nossa juventude, o resto virá por acréscimo, como seja a implementação de atividades diversas, cultural e desportivamente. A propósito, onde estão os desportistas desta comunidade? Pura e simplesmente não existem ou estão disseminados algures. Não acham que é tempo de nos metermos ao trabalho em prol da APC, que é o mesmo que dizer de uma parte significativa da nossa comunidade e da sua História?» Da nossa parte, pedimos (a)o leitor(a) que reflita sobre as várias perguntas aqui feitas pelo Carlos Ferreira, um empresário de sucesso e que muito tem contribuído para o progresso da nossa comunidade. |
Acordo Ortográfico
Apesar das resistências encontradas na imprensa portuguesa em geral, o LusoPresse decidiu adoptar o novo acordo ortográfico da língua portuguesa pelas razões que já tivemos a oportunidade de referir noutro local. Todavia, estamos em fase de transição e durante algum tempo, utilizaremos as duas formas ortográficas, a antiga e a nova. Contamos com a compreensão dos nossos leitores. Carlos de Jesus Diretor |
LusoPresse - 2021 |