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Na(s) Comunidade(s)Às malvas as eleições!Por Norberto AguiarAs Presidenciais em Portugal, realizadas a 23 de Janeiro último e que deram Aníbal Cavaco Silva como grande vencedor, também se desenrolaram em Montreal, no Consulado-geral, na única mesa eleitoral para o Quebeque e restantes províncias do Leste do Canadá. De resto, e segundo as nossas informações, também não eram precisas mais, pois como inscritos, retirando os 940 da grande área de Montreal, só na cidade de Quebeque a que haviam mais 10 pessoas que podiam utilizar o legítimo direito de votar.
Se o número de Portugueses ou luso-descendentes já era ínfimo - 950! - para os 70 ou 80 mil que se diz existirem no Quebeque, imaginem que desses nove centos e poucos só 62 se deram ao luxo de ir votar!!! São números que arrepiam, sobretudo quando se observam os protestos em relação a Portugal quando se trata de pedir apoios ou outras extravagâncias... e que o país, muitas vezes por falta de meios, não corresponde. À luz destes números, todos aqueles que protestam por nada receberem de Portugal; ou ainda mais aqueles que recebem algumas mordomias do nosso país, deviam ter vergonha de «sentir» estes números respeitantes a uma eleição presidencial que de resto levou muitos anos a conquistar! Onde estiveram os nossos dirigentes comunitários no dia 23 de Janeiro? Certamente que muito ocupados com a administração dos seus clubes e associações... Mas não forem só eles. Muita outra gente, com responsabilidade comunitária, também lá não apareceu... E levamos nós, os que acreditam verdadeiramente na(s) comunidade(s), anos a fio a pregar que só através do voto maciço, em qualquer eleição que seja - mesmo no Canadá - a que podemos ter voz para reivindicar seja o que for - mesmo uma folha de papel ou um lápis! Mas nada feito. Cavaco vence Dos 62 votos registados no Consulado, 32 foram para Cavaco Silva, 3 para Fernando Lopes, 3 para José Coelho, 9 para Manuel Alegre, 5 para Fernando Nobre; Defensor Moura não teve nenhum voto. Ouve um voto em branco e 9 que não estavam inscritos e que por isso não puderam exercer o seu direito de voto. Neste caso, pensa-se que estas pessoas mesmo se vivem em Montreal estarão inscritas, talvez sem saber, em Portugal, na sua região de origem. Ronda na comunidade
Depois de ter exercido o meu direito de voto e me ter quedado algum tempo como observador do «nosso» ato eleitoral, fomos ao encontro de pessoas anónimas para saber se tinham ido votar para a Presidência da República Portuguesa, acabadinha de comemorar 100 anos (5 de Outubro). Estabelecemos o restaurante bar Triângulo Português como ponto de encontro, não fosse dia de jornada futebolística nacional, sempre com muita gente. A primeira pessoa abordada foi o Senhor Álvaro Sousa, no Canadá há 47 anos. Natural de Vila do Conde, o Senhor Álvaro admitiu que não foi votar porque «Não estou inscrito, por isso não fui votar», disse, para logo acrescentar que «vou pensar nisso...», referindo-se à nossa proposta para que, no futuro, esteja inscrito e assim possa votar em próximos atos eleitorais. De qualquer forma, o Senhor Álvaro sempre nos disse que a votar teria escolhido Cavaco Silva, porque «os outros não interessam».
Armando Costa fez parte da nossa segunda abordagem. Também não votou por também não estar inscrito. Falta de tempo foi o argumento para justificar o facto de não estar inscrito. Se votasse teria escolhido igualmente Cavaco Silva, pois «mal por mal...». Armando Costa disse-nos estar no Canadá há 38 anos e ser oriundo de Avanca, no distrito de Aveiro. Por último, Marcelino Esteves, que é de Ponte de Lima, distrito de Viana, e está no Canadá há 19 anos, embora, como diz, ande lá e cá. Por acaso é a primeira eleição que passa no Canadá em 19 anos, pois «nessas ocasiões calha que tenho estado sempre em Portugal». Contudo, adianta que não está recenseado nem aqui nem em Portugal. E que venham outras assim!... |
Acordo Ortográfico
Apesar das resistências encontradas na imprensa portuguesa em geral, o LusoPresse decidiu adoptar o novo acordo ortográfico da língua portuguesa pelas razões que já tivemos a oportunidade de referir noutro local. Todavia, estamos em fase de transição e durante algum tempo, utilizaremos as duas formas ortográficas, a antiga e a nova. Contamos com a compreensão dos nossos leitores. Carlos de Jesus Diretor |
LusoPresse - 2021 |