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Paula de Vasconcelos«Grâce à Dieu, Ton Corps»Por Inês FaroA uma semana da estreia de mais uma peça-bailado da companhia Pigeons International, pedimos a Paula de Vasconcelos que partilhasse com os nossos leitores o que podem encontrar em «Grâce à Dieu, Ton Corps», a sua mais recente criação. "É uma homenagem ao corpo humano", diz a coreógrafa. "Os nossos espetáculos são todos uma homenagem ao corpo, mas quisemos ir ao essencial da temática, olhar com um olhar mais puro, mais sereno", explica Paula de Vasconcelos.
![]() Estamos a tocar a dimensão espiritual, o corpo desaparece e o espírito fica", diz Paula de Vasconcelos. Uma homenagem ao corpo que tem como pano de fundo a relação amorosa entre um homem e uma mulher. «Grâce à Dieu, Ton Corps» é uma reflexão não só sobre o masculino versus feminino [o ying e o yang na filosofia oriental], mas sobretudo sobre o corpo, perecível versus o espírito, eterno. "O corpo é só um espaço temporário, o espírito transcende o corpo. Estamos a tocar a dimensão espiritual, o corpo desaparece e o espírito fica", diz Paula de Vasconcelos. "Essa a essência da vida, da natureza, tudo tem o seu contrário. Os opostos masculino/feminino, negativo/positivo, isso é que é a vida! É impossível falar do corpo humano e não falar destes contrários", acrescenta. A nova criação de Pigeons International conta também com um elemento novo: marionetas. "É uma maneira de nos vermos a nós próprios. As marionetas são de madeira, imperfeitas, não podem fazer tudo, e ao mesmo tempo podem fazer coisas mágicas, coisas que o ser humano não pode fazer", conta Paula de Vasconcelos. "Nas marionetas vemos a humanidade: as suas potencialidades e limites. Como se fossem uma pintura viva e estão lá para pensarmos na nossa própria condição", explica a coreógrafa luso-descendente. Também a exploração da temática Alteridade, que é já uma marca dos trabalhos de Paula de Vasconcelos, é incarnada no estrangeiro, o Outro, a pessoa que aparece sem ser convidada. Um reflexo do percurso de uma filha de imigrantes e do mundo em que Paula de Vasconcelos aprendeu a conviver com uma nova cultura. Com «Grâce à Dieu, Ton Corps», a coreógrafa revelou ter sentido mais liberdade criativa. "Dei muito espaço para os atores improvisarem, foi um processo muito intuitivo, feito por e para os artistas em cena", conta Paula de Vasconcelos. Pela terceira vez consecutiva estará em palco Natalie Zoey Gauld. "Tem uma voz interior que transparece quando ela está a bailar. Os seus movimentos contam uma história", diz Paula de Vasconcelos. «Grâce à Dieu, Ton Corps» vai estar em palco de 1 a 19 de Fevereiro às 20h, na Cinquième salle da Place des Arts. (Ver mais na página 7) Mais informações em: www.pigeonsinternational.com |
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