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Portuguesa desenvolve projeto para incluir comunidade lusa na história da CalifórniaMacau, China - A investigadora portuguesa Deolinda Adão está a desenvolver um projeto de história oral na Universidade da Califórnia com o objetivo de vir a conseguir a inclusão do papel da comunidade lusa na história daquele estado norte-americano.
![]() "Em Berkeley temos um projeto de história oral portuguesa, no âmbito do qual recolhemos e arquivamos história oral de membros da comunidade portuguesa com o objetivo de inserir a sua história na história do próprio estado da Califórnia", disse Deolinda Adão aos jornalistas em Macau. À margem de uma conferência em que participou sobre o patuá, o crioulo português de Macau, no Instituto Politécnico do território, a investigadora realçou o facto de a "maior parte das pessoas não ter a noção de que os portugueses estão na Califórnia antes mesmo de a Califórnia ser um estado". "Na quarta classe quando se leciona história da Califórnia não há qualquer menção aos portugueses e a biblioteca de Bancroft, na Universidade da Califórnia, que tem a maior coleção de história do estado que existe no mundo, não tinha praticamente nada sobre os portugueses", lamentou ao realçar que está a "trabalhar fortemente" para inverter a situação. Deolinda Adão conseguiu o apoio do diretor da biblioteca de Bancroft para avançar com o projeto, que abrange os emigrantes portugueses e os seus descendentes na região da baía de São Francisco, onde se reúne a maior comunidade luso-descendente da Califórnia. "Como também temos (a Califórnia) a maior comunidade macaense fora de Macau, muitos deles falantes de patuá, decidimos criar um projeto paralelo (sobre a memória macaense), em que já entrevistámos cerca de 30 pessoas e temos quase 100 em processo", explicou. Deolinda Adão e um outro investigador norte-americano da Universidade da Califórnia têm recolhido nos últimos quatro anos depoimentos orais de luso-descendentes sobre o seu percurso de vida e diversos materiais como cartas e álbuns das famílias que são depois digitalizados e arquivados na biblioteca de Bancroft. "Tentamos construir a história do que foi a realidade da comunidade macaense em Macau e em cada local para onde se expandiu, como contribuiu para a história de cada um desses espaços e percurso particular de cada um dos seus membros e, simultaneamente, uma recolha linguística do patuá", disse. A investigadora portuguesa pretende ainda que o seu projeto possa servir de padrão a outros que possam surgir noutros locais com comunidades macaenses e que venham a estar ligados em rede. "Há uma grande urgência neste projeto da memória macaense, porque as pessoas envelhecem e levam a memória com elas", sustentou ao referir que os "portugueses estiveram 450 anos em Macau e se não se preservar a memória destas pessoas são 450 anos de história que desaparecem". "Devemos aprender com o exemplo da Índia, onde a presença dos portugueses está resumida a um monte de pedras que dentro de 10 ou 15 anos vão desaparecer", alertou. |
Acordo Ortográfico
Apesar das resistências encontradas na imprensa portuguesa em geral, o LusoPresse decidiu adoptar o novo acordo ortográfico da língua portuguesa pelas razões que já tivemos a oportunidade de referir noutro local. Todavia, estamos em fase de transição e durante algum tempo, utilizaremos as duas formas ortográficas, a antiga e a nova. Contamos com a compreensão dos nossos leitores. Carlos de Jesus Diretor |
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